O que escolas podem ensinar sobre gestão, limpeza e ESG
A rotina de quem cuida da infraestrutura de uma escola vai muito além de manter tudo funcionando. Foi esse o tom do encontro promovido pela FAE – Facilities em Ambientes Educacionais, que reuniu gestores, especialistas e fornecedores no Colégio Pueri Domus para discutir temas como qualidade do ar, limpeza profissional e os desafios da gestão escolar com foco em ESG.
Na abertura, Rodrigo Ueda, coordenador de Facilities do Colégio Visconde de Porto Seguro, destacou a importância do trabalho invisível que sustenta o ambiente de aprendizado. “A gente cria um vínculo com os alunos que dura até 17 anos. Não dá pra medir em dinheiro a segurança e o conforto de uma criança dentro da escola”, disse.
Segundo Ueda, o papel do gestor de Facilities envolve três pilares: pessoas, processos e propriedades. “Se a calçada tiver um buraco e o aluno cair, a responsabilidade já é nossa. Nosso trabalho começa antes do portão da escola”, afirmou. Ele também defendeu mais espaços de troca entre profissionais do setor: “não tenhamos ego. Se um colégio resolveu um problema que você está enfrentando, por que não aprender com ele?”.
Qualidade do ar em foco
Leonardo Cozac, CEO da Conforlab, trouxe ao debate um tema pouco discutido: a qualidade do ar nas escolas. “A gente compra ar-condicionado pelo conforto, mas não pensa que está respirando ar viciado”, alertou. Ele citou dados da Anvisa e da NBR 17037 que definem parâmetros para garantir ambientes mais saudáveis e criticou o uso incorreto dos equipamentos: “Sem ventilação com ar externo, o ar condicionado vira um circulador de vírus”.
Leonardo também defendeu o uso de tecnologias de monitoramento e a adoção de planos de manutenção (PEMOC) como obrigação legal e responsabilidade sanitária. “Quando seu filho volta da escola com uma virose, ninguém pensa que a culpa pode ser do ar que ele respirou”, provocou.
A evolução da limpeza
Representando a RL Higiene, Edjane Silva e Yasmin Molero Modollo apresentaram a proposta da “limpeza 360”: um modelo baseado em diagnóstico, personalização, capacitação de equipes e acompanhamento constante. “A limpeza evoluiu, e junto com ela, a nossa forma de pensar processos e pessoas”, disse Edjane.
Yasmin reforçou que higiene não é só uma exigência estética, mas uma base para o aprendizado. “Ambientes limpos contribuem para o rendimento escolar. E isso começa com equipes treinadas, processos bem definidos e o uso correto de produtos”, afirmou.
Além da técnica, ambas destacaram o papel social da equipe de limpeza nas escolas. “A valorização começa quando o operador entende o impacto do trabalho que realiza. Eles são nossos multiplicadores de bem-estar”, disse Yasmin.
ESG começa nas pequenas decisões
Ao final do evento, o tom foi de compromisso coletivo. “Temos o poder de escolher fornecedores, de decidir o padrão de limpeza, de investir em tecnologia ou capacitação. Cada uma dessas escolhas diz muito sobre o que queremos como instituição”, resumiu Rodrigo Ueda.
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