20 perguntas e respostas sobre reabertura de escolas durante a COVID-19
O retorno às aulas presenciais em escolas e instituições de ensino durante a COVID-19 tem causado muitas dúvidas para os gestores escolares, professores e também para os pais. O assunto está sendo debatido por diversos especialistas, estudiosos e autoridades competentes.
O foco das discussões está centrado em implantar ações para preservar o bem-estar e saúde de ocupantes de ambientes internos. Essas iniciativas precisam ser uma prioridade para os gestores de edifícios, que devem sempre manter em pauta a gestão da qualidade do ambiente interno, pois estes, impactam diretamente na vida das pessoas que estão lá inseridas.
Neste artigo, nós trazemos 20 perguntas e respostas sobre a reabertura de escolas durante a COVID-19, que é um texto traduzido e adaptado ao Brasil pela Conforlab Engenharia Ambiental da Schools for Health. O original pode ser lido neste link.
Nós também preparamos o Guia Prático e Checklist: Como minimizar os riscos à saúde em ambientes internos para a volta as aulas, um documento que traz ações que minimizam os riscos ocasionados por vírus, fungos, bactérias e outros agentes contaminantes em ambientes internos:
20 perguntas e respostas sobre a reabertura de escolas durante a COVID-19
Para lidar com o cansaço causado pelo uso prolongado da máscara, “intervalos de uso” deverão ser previstos durante os períodos em que o risco de transmissão seja relativamente baixo, tais como durante o tempo de leitura silenciosa ou do intervalo ao ar livre. Entretanto, nos momentos em que professores ou alunos estejam conversando e quando os alunos estejam em contato com pessoas fora de suas salas de aula (por exemplo, nos corredores), máscaras devem ser usadas. Algumas escolas poderão dispensar os alunos da pré-escola e do ensino infantil do uso de máscaras, visto que eles podem achar seu uso mais difícil. Nesses casos, cuidados extras devem ser tomados para adoção de outras estratégias de controle, como aumentar a taxa de ventilação, melhorar a filtração do ar e manter o distanciamento do grupo para minimizar seu contato com outras classes e alunos da escola.
Procedimentos adequados de higiene e limpeza das máscaras são importantes para seu uso eficaz. As escolas devem seguir as diretrizes dos órgãos responsáveis pelo controle e prevenção de doenças no país e ensinar os alunos e famílias como realizar os cuidados necessários com as máscaras (por exemplo, limpeza). Caso haja preocupação quanto à possibilidade de obtenção de máscaras pelos pais, alunos ou professores, as escolas deverão disponibilizá-las para todos.
As escolas devem garantir que o distanciamento físico máximo seja mantido sempre que possível – inclusive nas salas de aula, nos banheiros e corredores, bem como nos ônibus escolares (leia mais informações sobre os ônibus na Questão 12, e sobre intervalo de recreio e educação física nas Questões 19 e 20)
Como o espaço pode ser limitado, algumas escolas devem retirar os móveis em excesso das salas de aula e/ou modificar sua política de frequência para reduzir o número de alunos em um determinado período (por exemplo, metade dos alunos comparece às aulas dia sim, dia não), a fim de que se assegure a aplicação das regras de distanciamento físico. Além disso, as escolas poderão agrupar os alunos por sala, ou em grupos menores (às vezes chamados de “companheiros”), e permitir que os alunos desses grupos fiquem mais próximos uns aos outros do que 1,5 m. Apesar de não ser tão eficaz quanto o distanciamento físico completo, esta alternativa deve ser ponderada frente aos prejuízo causado pela manutenção das crianças fora da escola. Tais agrupamentos podem reduzir os riscos de um grande surto caso um aluno fique doente por diminuir o número de colegas com os quais possa ter tido contato próximo.
Trazer mais ar fresco para dentro da sala/ambiente pode diluir partículas que contenham vírus e reduzir o risco de que alguém respire uma quantidade suficiente de vírus para se infectar. As escolas podem recorrer à ventilação mecânica ou natural para trazer ar fresco ao ambiente escolar.
Os sistemas de “ventilação mecânica” forçam a entrada de ar externo nos edifícios e o distribuem por todos os ambientes. Existem padrões estabelecidos para a quantidade de ar fresco que entra no ambiente que as escolas devem atender, ou ultrapassar (No Brasil definido pela Resolução 09 de 16/01/2003 da ANVISA). Todo ar re-circulado deve passar por um filtro de boa eficiência (veja a Questão 6). As escolas devem considerar ainda manter o sistema de ventilação em funcionamento mesmo fora do horário normal da escola (por exemplo, quando a equipe de limpeza estiver trabalhando, durante as atividades extracurriculares, na entrada e na saída).
Caso a escola conte com “ventilação natural”, a quantidade de ar externo trazido para dentro pode ser aumentada abrindo-se as janelas das salas de aula, ou com o auxílio de outros mecanismos (por exemplo, ventiladores de teto). Ventiladores de janelas ou de caixa posicionados em janelas abertas para soprar ar fresco externo para dentro da sala de aula por uma janela, bem como dispersar o ar que circula internamente para fora por outra janela, podem ajudar a manter e aumentar a circulação de ar fresco na sala de aula.
Os sistemas de ventilação nem sempre funcionam como planejado, por isso as escolas devem assegurar um especialista para verificar os sistemas e garantir que estejam funcionando corretamente, devendo ainda monitorar as taxas de ventilação e qualidade do ar por toda a escola. No Brasil, há Resolução 09 da ANVISA define os procedimentos e parâmetros de verificação da qualidade do ar de ambientes climatizados.
Observe que as estratégias de controle trazidas nas Questões 5, 6 e 7 são eficazes no controle das partículas de vírus no ar e recomendadas como prioritárias. É possível que algumas escolas não possam contar apenas com o aumento da ventilação ou filtração. Existe um grande número de tecnologias não comprovadas ou menos comprovadas no mercado. Consulte sempre um especialista antes de instalação de sistemas alternativos.
Deve-se tomar muito cuidado ao realizar a substituição dos filtros em purificadores de ar portáteis, pois vírus ativos podem estar presentes no filtro. Os filtros devem ser trocados durante o recesso por alguém que esteja usando óculos de proteção, máscara e luvas. O filtro deve ser retirado com cuidado e colocado em um saco de lixo grande de amarrar, para descarte imediato.
As refeições podem ser feitas nas salas de aula, no lugar da lanchonete. As refeições fornecidas pela escola devem ser pré-embaladas e levadas às salas de aula para evitar aglomerações na lanchonete. As refeições podem também ser feitas ao ar livre, caso o tempo permita. Sendo necessário o uso da lanchonete, os alunos deverão manter o distanciamento físico, ou ser separados uns dos outros por barreiras de proteção de acrílico para reduzir a transmissão durante o período em que as máscaras sejam removidas. Vale reforçar, algumas escolas podem permitir que alunos da mesma classe ou grupo sentem juntos, mas deverão manter a distância entre classes ou grupos.
As escolas devem manter uma comunicação frequente acerca das políticas escolares por diversos meios. Tais comunicações devem ser acessíveis a toda a comunidade escolar, o que pode exigir a tradução para diversos idiomas, cópias físicas das informações ou telefonemas, além da distribuição online, bem como lembretes frequentes sobre as políticas. Além disso, as comunicações devem ser redigidas de forma acessível, de modo que não requeira um nível de leitura avançado para a compreensão das políticas e procedimentos.